quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Determinantemente saciado


Não posso deixar de exaltar a chuva, seria desonesto da minha parte, que menosprezasse o desvario efervescente dessa carinhosa simpatia que a natureza nos presenteia, para que as noites sejam mais habilidosas e para que os dias sejam mais reconfortantes na hora de assumir a minha ociosidade perante o mundo.  O vento que se altiva e que me afronta torna-lhe reboliça e isso sacia o meu olhar deambulante que recusa sucumbir perante mais uma noite régia, por entender que a indiferença faz com que a mesma se esmoreça e aí não terei companhia contemplativa que me possa instigar a mirabolantes reflexões.  Tão pertinente que a mesma é pois parece conseguir decifrar as minhas carências, não tem como não a apreciar; desde a límpida gota ao mais grotesco esfrio, desde a solitária afronta até ao mais denso desafio, desde o início até ao fim… até ao rescaldo da mesma, o silêncio que a imortaliza. Descomponho-me e cada canto a que me encosto é uma distinta forma de a contemplar.

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