Não posso deixar de exaltar a
chuva, seria desonesto da minha parte, que menosprezasse o desvario efervescente
dessa carinhosa simpatia que a natureza nos presenteia, para que as noites
sejam mais habilidosas e para que os dias sejam mais reconfortantes na hora de
assumir a minha ociosidade perante o mundo.
O vento que se altiva e que me afronta torna-lhe reboliça e isso sacia o
meu olhar deambulante que recusa sucumbir perante mais uma noite régia, por
entender que a indiferença faz com que a mesma se esmoreça e aí não terei
companhia contemplativa que me possa instigar a mirabolantes reflexões. Tão pertinente que a mesma é pois parece
conseguir decifrar as minhas carências, não tem como não a apreciar; desde a
límpida gota ao mais grotesco esfrio, desde a solitária afronta até ao mais
denso desafio, desde o início até ao fim… até ao rescaldo da mesma, o silêncio
que a imortaliza. Descomponho-me e cada canto a que me encosto é uma distinta forma
de a contemplar.
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