Hoje sonhei contigo, há quanto tempo não te via, há quanto tempo não pressentia
o quão gostava de ti, o quanto gostávamos um do outro. Um sonho tão fugaz
quanto aqueles que aspirávamos, tão real como os momentos em que nos desdobrávamos
por um simples beijo ou por um complexo carinho, com uma serenidade eloquente
que nos deixava petrificados. Não sei de onde surgiu esta minha necessidade de
te reencontrar em meus sonhos, não sei mas gostei de te reencontrar, não
sabendo também se irias gostar mas sabendo que foi mais uma das noites em que
perdi a descompostura e adorei ter cometido mais esta, pequena, loucura.
Temendo o excesso de remorsos despertei, temendo cair em tentação ponderei
continuar dormindo, ponderei continuar sonhando com algo que esqueci entretanto
e rendi-me ao nascer do sol para que a manhã, fria, fizesse-me esquecer aquilo
que foi nosso um dia, muito antes de me ter apercebido das injustiças da vida.
Quero que saibas que celebrei a tua vinda em lágrimas e que o meu coração escondeu-se,
inquietado, para que o choro fosse o único modo de mostrar-te que estou vivo e
que os sentimentos nunca morreram apesar de nem sempre terem estado todos eles
do meu lado. Sonhei com a incerteza, acordei como sempre no deserto.
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