quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A loucura: imprescindível e indissociável


          Loucos, por muito ou por pouco, todos somos, todos temos as nossas loucuras e é louco todo aquele que se afirma sano e é uma loucura não ter loucura alguma. Se tivermos em conta que a loucura são todos aqueles pensamentos ditos anormais para a sociedade aí redobro a minha condição e confirma-se a minha afirmação de que somos todos loucos, primeiro loucos por deixar que a sociedade seja uma matriz inviolável naquilo que toca aos nossos pensamentos e por outro lado por deixarmos que haja alguém que nos classifique como loucos, sem que os mesmos apresentem qualquer condição moral superior que possamos idolatrar, pois se somos loucos pelos pensamentos, quem nos poderá julgar? Para além de que se somos loucos pelo acto entendo que alguém terá deixado prevaricarmos e aí consentiram a loucura, só os loucos consentem a loucura, não entendo que tipo de sociedade consente a loucura, pois se há tipos de loucura também haverá tipos de sociedades eloquentes por sinal. 
          A loucura não é uma doença, numa medida quanto baste, pois todos a compartilhamos e é graças aos insanos que ainda aqui estamos, graças às perturbações colossais que refundaram o mundo a cada novo século, será então na senda dos delírios que iremos estruturar a nossa forma de existir em sociedade, será no reaproveitamento dos delírios que a sociedade irá subsistir e progredir e logo loucos todos somos e é de loucos que nós precisamos.

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