domingo, 8 de abril de 2012

Lua minha...

Não consigo olhar a lua sem suspirar como se de um amor se tratasse, daqueles longínquos e passageiros que abalroa qualquer sentimento férreo que nos possua, por mais sério que aparente ser no momento em que debito meu olhar. Esse brilho que impinges sobre um vazio negro e frio conquista-me, reconquista-me, após o calor do dia ter-me abandonado e de certa forma subornado a minha inocência que sentia viva a alegria e que no final, do dia, encontrou um negrume imenso e uma solidão perversa que me reprimia intensamente. Entretanto o vento bate-me como se de um abraço se tratasse pelos cantos em que vagueio, que conforto dá-me esse ingrato momento, por ciúme desta minha exaltação. Indiferente ao vento, sabe-me tão bem este silêncio que oculta todos os segredos que compartilhamos a cada metro que avançamos, apesar da distância ser muita, igual à da minha perdição, sinto esse asqueroso fervor que não me transtorna em nada, pelo contrário.