domingo, 12 de janeiro de 2014

Nossa luta não cessa, nunca.

             

             As minhas crenças começam ao raiar do sol pela manhã, no erguer do meu ser perante um novo dia, quando me sinto mais capaz e ainda converso alguma ousadia, da noite que cessou e que relembro com alguma nostalgia. Aprumo-me para aguçar as minhas fiéis convicções, camuflando qualquer ressentimento que possa ter acumulado em dias anteriores, na crença de que este poderá ser o verdadeiro recomeço que busco de uma forma desesperada. 
           O dia vai clareando, mais ainda, sendo que eu vou reforçando aquilo que me incentiva e não demovo-me dos meus objectivos e talvez seja por isso que acabo tropeçando sempre nos mesmos obstáculos, talvez seja por isso que me sinta condicionado nesta minha forma de assumir as minhas convicções. Não me rendo, nunca me rendi, mas também por isso nunca entendo tudo aquilo que perdi, talvez tenha de assumir uma outra postura ou talvez esta postura seja correcta mas as minhas crenças sejam mirabolantes e um fardo excessivo para aquilo que sou. 
          O dia vai cessando e já não há tanta luminosidade quanto gostaria, para que todos pudessem observar as conquistas que presigo e as lutas que travo, mas por outro lado até agradeço que a obscuridade me cubra para não verem quanto padeço, para não verem que peço ajuda. O cansaço vai acumulando e vou exaltado as minhas tentativas desafortunadas para que haja um certo consolo neste meu desamparo, para que outros sigam o meu caminho mas com reparo e para que o desabafo não seja tão solitário quanto a minha caminhada.
          Finalmente chega a noite, pensando que chegou somente para mim, para aliciar-me em outras demandas e fazendo assim esquecer o dia, mais um de muitos, lembrando ao mesmo tempo que haverá outras oportunidades para consumar aquilo que afirmo depois de alucinado nas noites em que não resisto ao pecado. Mas no fundo a verdade é que não me canso, por mais cansativo que seja lutar; não me rendo, por mais cobarde que possa parecer; mas sobretudo não me vendo; por mais fácil que assim possa ser.

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