Um dia estaremos juntos, se assim
o desejares, se achares que mereço e se no findar do caminho que percorro nos
encontrarmos, por mero acaso. Quando chegar a esse dia espero já tenhas compreendido
as minhas desventuras, as minhas infundadas difamações que mais não eram desabafos
inúteis que só prejudicavam a nossa afinidade e que agora eu admito,
constrangido. Não espero colher algo que nunca semeei; também não espero que me
colhas a mim se achares que a minha maturidade ainda está por surgir, se
achares que com a idade o juízo ainda estará para vir e que só se julga alguém
após o surgimento de uma outra oportunidade, que no seguimento da primeira terá
de ser temporalmente equitativa.
Sei que estou condicionado e que as minhas
exigências nada mais são que uma suplicação de quem se acha perdido e afundado,
só não sei se me entrego já ou se cometo mais um pecado. Estou louco por ter
tentado, louco por ter falhado, louco por mais um pouco e não menos louco por
ser louco outra vez. Enfim, com todas estas pregações duvido que alguma vez nos
encontremos e sei que a compreensão que te peço é vã, mas no decorrer do
caminho que percorro havemos de debruçar uns vulgares olhares que hão de nos
servir de consolo.
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